De origem europeia, lá pelos séculos XII e XIII, surgiu o cordel. Foi no berço do Renascentismo, na região que futuramente iria ser chamada de Itália, também na França e na Espanha, que essa literatura praticada pelo povo nasceu.

A popularização do cordel permitiu que chegasse a Portugal, a partir de onde navegou até as terras brasileiras, por volta do século XVIII. Encontrou amplitude no Nordeste, sede das primeiras capitanias e de muitas cidades brasileiras, e, desde então, tem se mostrado o estandarte da cultura popular, rimada, orgulhosa da sua história.

Entre suas características, a literatura de cordel traz versos sobre temas populares ou de cunho social e linguagem próxima à oralidade, de finalidades informativa e narrativa. Os textos podem ser ora engraçados, ora trágicos ou místicos.

Em comum, os cordéis têm a capacidade de transportar o leitor à cena da história, como se estivessem sendo declamados por uma pessoa. Isso acontece por causa do uso da rima, de métricas e do discurso coloquial, que pode ser combinado ao humor, à ironia e ao lirismo.

Como aborda uma realidade ampla e de múltiplas referências, o cordel tem sido adotado em aulas de língua portuguesa, literatura e redação como estratégia para motivar estudantes a praticar uma escrita criativa, alegre, atenta aos temas regionais e locais e, sobretudo, com marcas pessoais evidentes na escrita.

A literatura de cordel pode, ainda, ser tratada de forma transversal: com as temáticas sociais e históricas sendo estudadas nas aulas de geografia e história, e as ilustrações realizadas nas aulas de artes, a partir da abordagem da xilogravura.

O resultado? Aulas interdisciplinares interessantes, dinâmicas e conectadas à realidade do estudante. E tudo isso pode se tornar ainda mais motivador se transformado em um livro!

Aqui no selo Semeando Autores temos exemplos de escolas que fizeram da literatura de cordel um projeto de produção de literatura fecunda. Conheça três deles:

Escritores CECE – Meu primeiro livro

Livro organizado por Rita de Cássia da Silva Aquino e Marília Gabriela Silva Alves e cuja produção resultou na formação de uma ativa comunidade de escritores e leitores infantis no Centro de Educação Criança Esperança, localizado em Monte Santo (BA).

Cordel Contestado – A batalha do Rio das Antas

Organizado por Anderson Nathan Gonçalves Ferreira, Arthur Luiz Peixer e Leonardo Guerreiro de Andrade, traz cordéis de 20 alunos do ensino público da cidade catarinense de Rio das Antas relatando uma história local importante para a comunidade.

Nossas histórias em Cordel

Reúne histórias de diversas turmas do Fundamental 2 e Ensino Médio da E.E. Dr. Osmar Francisco da Conceição, de Macatuba (SP).